Fatos

Lana, a yorkshire, era uma filhotinha, não chegou a completar 5 meses de vida.

Em setembro de 2011, em uma feira de filhotes, o marido da enfermeira assassina comprou um cãozinho, da raça Shi Tsu. Disse que quatro dias depois procurou o vendedor de vidas, para trocar o cãozinho porque ele havia ficado doente, ai por mais R$ 500,00 reais, fez a troca e levou a yorkshire Lana para ser torturada e for final assassinada.

Abaixo a reconstituição da morte da Yorkshire Lana
(click para assistir)






A enfermeira acusada de agredir violentamente um cão da raça yorkshire, de 22 anos, disse hoje à policia que por dois dias seguidos (13 e 14) no mês passado "deu palmadas" na cadela da raça yorkshire, batizada de Lana, filhote comprado dois meses antes por R$ 500. "Eu agi daquela forma mas não tinha noção do que isso causaria", justificou a enfermeira para o delegado Carlos Firmino Dantas, assistido por duas escrivãs, no 1º DP de Formosa (GO).

Após o depoimento à Policia Civil de Goiás, a enfermeira Camila foi multada em R$ 3 mil por crime ambiental. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), ela terá 20 dias para apresentar defesa. A multa é administrativa e baseada no artigo 32 da lei 9.605, e artigo 29 do Decreto 6514/2008. Durante o seu primeiro depoimento à Polícia, após a descoberta do caso, a enfermeira comentou que após almoço (domingo, 13), num restaurante com o marido e a filha, ficou "chateada com a bagunça" armada pela cadela morta aos quatro meses de idade.

"Não fiz (espancamento) por raiva nem por estar nervosa", disse Camila. "Fiz assim como se fosse uma coisa normal", afirmou. Ainda se defendeu, garantindo ter convivido na infância com animais, e não ocorreram situações de agressão. A enfermeira diz não se lembrar de ter lançado a cadelinha sobre o piso da área de serviço. Também garantiu estar passando por uma fase de muita alegria e que não tem sintomas de depressão.

Durante o depoimento à Policia Civil, ela revelou que mora com o marido Alan e a filha de 1,5 ano de idade há sete meses em Formosa. Ela contou que assim que mudou (ela morava em Flores de Goiás), as dificuldades surgiram no relacionamento com a vizinha - a mesma que recentemente postou um novo vídeo sobre o espancamento da cadela yorkshire. "Eles (vizinhos) faziam barulho e lançavam lixo na área de serviço do apartamento", afirmou no depoimento.

O delegado Carlos Firmino Dantas, de Formosa (GO), disse hoje que a enfermeira Camila Corrêa Alves de Moura Araújo dos Santos, de 22 anos, será julgada por maus-tratos e exposição da filha a constrangimento no caso de espancamento e morte da cadela Lana, da raça yorkshire.

A pena prevista para os dois crimes deve resultar em 1,5 ano de detenção, garantiu o policial. O inquérito será encerrado em 10 dias e enviado à Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), em Formosa, na primeira semana de 2012.

"A enfermeira não será recolhida ao cárcere, não terá restrição de liberdade, mas deixará de ser ré primária", avaliou o policial. "Isso significa que ela ficará limitada ao pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade", disse o delegado Carlos Firmino Dantas.

A previsão de pena branda, explicou ele, deve-se a três razões básicas. A enfermeira colaborou com as investigações, todos os seus vizinhos a apontaram como uma pessoa "boa" e "tranquila". E após entrevista dada por ela na porta da delegacia, ocorreram manifestações públicas favoráveis a ela. "Nem a vizinha (Vera Lúcia Maria da Silva) que a denunciou disse o contrário em depoimento na delegacia", frisou o delegado.

Pressão

A questão central após o caso, acredita Carlos Firmino, será uma mudança na lei. Assim, maus tratos a animais deixaria de ser "contravenção penal", punível por meio de prisão simples ou multa, e passaria a ser crime em que o infrator está sujeito à reclusão ou detenção.


O espancamento do yorkshire atraiu atenção mundial. Somente no 1o. DP de Formosa foram recebidas cerca de 1.000 mensagens de países como Canadá, Itália, Alemanha e Estados Unidos. As imagens do espancamento já tiveram mais de um milhão de acessos.


Gilson Afonso Saad, advogado da enfermeira, acredita em reversão no caso enquanto delimita a responsabilidades. "Ela vai responder na Justiça pela violência", diz. "Mas, vai responder na medida de sua culpabilidade; não fugirá às responsabilidades" afirmou.
A Policia Civil garantiu, hoje, que não pedirá autópsia do cão, mas ouvirá, nesta quinta-feira, o médico e marido da enfermeira. Também decidiu juntar ao processo um segundo vídeo, entregue à Policia. Gravado por Vera Lúcia Silva, o filme mostra a agonia e morte da cadelinha.